Na campanha de recolha deste fim-de-semana

Bancos Alimentares angariam 2.213 toneladas de alimentos em dois dias

Esforço e trabalho dos voluntários foi determinante, estando envolvidas mais de 40 mil pessoas em todo o país, numa ação que gerou onda de solidariedade

Lisboa, 2 de dezembro - Os Bancos Alimentares Contra a Fome recolheram este fim-de-semana mais de 2.213 toneladas de géneros alimentares, em mais uma Campanha realizada em 2.000 superfícies comerciais de 21 regiões do país. Prosseguem ainda ao longo da próxima semana, até 8 de dezembro, a campanha “Ajuda Vale”, nos supermercados, e a campanha online em www.alimentestaideia.pt.

Mais de 40 mil voluntários repartidos pelos 21 Bancos Alimentares (Abrantes, Algarve, Aveiro, Beja, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Cova da Beira, Évora, Leiria-Fátima, Lisboa, Madeira Oeste, Portalegre, Porto, Santarém, Setúbal, S. Miguel, Terceira, Viana do Castelo e Viseu) convidaram, durante o fim-de-semana, os portugueses a partilhar os bens alimentares que compram para as suas casas.

Os portugueses aceitaram uma vez mais o convite dos Bancos Alimentares e aderiram a uma rede social real, partilhando alimentos com pessoas carenciadas da sua região. A confiança reiterada nos Bancos Alimentares ficou patente na adesão suscitada. “É impressionante ver a onda de solidariedade gerada pelas Campanhas do Banco Alimentar que impactam tantas pessoas, empresas, entidades públicas e privadas, numa causa comum. Temos de realçar os voluntários, de todas as idades, com motivações diversas, que transmitem uma mensagem de solidariedade e de cidadania ativa, dão o seu tempo e interpelam quem vai às compras com um convite à partilha de alimentos com famílias necessitadas da sua região, construindo uma sociedade mais justa e coesa”, sublinha a Presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares contra a Fome, Isabel Jonet. “Expressamos um agradecimento público aos milhares de doadores, aos voluntários, às empresas e entidades que apoiaram esta campanha, dando assim o seu grande contributo para que os Bancos Alimentares possam continuar a acudir a muitas pessoas com carências comprovadas em parceria com instituições sociais." 

Os géneros alimentares recolhidos serão distribuídos, a partir da próxima semana, a 2.400 Instituições de Solidariedade Social, que os entregam a cerca de 380 mil pessoas com dificuldades económicas comprovadas, sob a forma de cabazes ou de refeições confecionadas.

Campanha continua em www.alimentestaideia.pt e com “Ajuda Vale”

Até 8 de Dezembro, será ainda possível contribuir para a campanha através da “Ajuda Vale”, vales que estarão disponíveis nas caixas dos supermercados, cada um dos quais inclui um código de barras para produtos básicos pré-selecionados (leite, azeite, arroz, atum, salsichas, óleo, feijão).

O Banco Alimentar disponibiliza também o canal de doação online www.alimentestaideia.pt, dando assim a oportunidade de partilhar a todos os que não tiveram oportunidade de se deslocar aos pontos de recolha durante o fim de semana, aos que se encontram ou residem fora de Portugal.

Dois milhões de portugueses em risco de pobreza

Segundo dados divulgados recentemente pelo INE, mais de 2 milhões de pessoas estão em risco de pobreza em Portugal ou exclusão social (18% da população). Se fossem considerados apenas os rendimentos do trabalho, de capital e transferências privadas, 43,4% da população em Portugal estaria em risco.

A rede de instituições de solidariedade desempenha, portanto, um papel ímpar e insubstituível na ajuda aos mais necessitados e o apoio alimentar é determinante nesta ajuda.

Estas campanhas dos Bancos Alimentares alertam ainda a sociedade, como um todo, para uma realidade que não pode deixar ninguém indiferente, sendo “muito importante não nos esquecermos que, no dia a dia, ainda há pessoas que precisam de ajuda para comer, principalmente numa altura como o Natal, onde ter a família reunida à volta de uma mesa é um desejo que podemos, cada um de nós, ajudar a concretizar”, refere o Banco Alimentar.

Recolha nacional, ajuda local

Os 21 Bancos Alimentares Contra a Fome distribuem, ao longo de todo o ano, alimentos através de Instituições de Solidariedade Social por si selecionadas e acompanhadas em permanência por voluntários. 2.400 instituições parceiras asseguram no terreno um acompanhamento muito próximo e individualizado de cada pessoa ou família necessitada, de forma a ser possível efetuar, em simultâneo, um real trabalho de inclusão social, procurando a autonomização. Os alimentos foram entregues a perto de 380 mil pessoas com carências alimentares comprovadas, sob a forma de cabazes ou de refeições confecionadas.

A atividade dos Bancos Alimentares norteia-se pelo princípio genérico da “recolha local, ajuda local”, aproximando os doadores dos beneficiários, permitindo uma proximidade entre quem dá e quem recebe. Possibilita o encontro entre voluntários e instituições beneficiárias, por um lado, e entre fornecedores da indústria agro-alimentar, empresas de serviços, poderes públicos e o público em geral, em especial durante os fins-de-semana das campanhas de recolha, em que todos trabalham lado a lado por uma causa comum: a luta contra as carências alimentares e a fome.

Alguns dados sobre a atividade

O Banco Alimentar Contra a Fome foi criado em Portugal em 1991 com a missão de lutar contra o desperdício e distribuir apoio alimentar a quem mais precisa, em parceria com instituições de solidariedade e com base no trabalho voluntário. Existem atualmente 21 Bancos Alimentares (nas zonas de Abrantes, Algarve, Aveiro, Beja, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Cova da Beira, Évora, Leiria-Fátima, Lisboa, Madeira, Zona Oeste, Portalegre, Porto, S. Miguel, Santarém, Setúbal, Terceira, Viana do Castelo, Viseu). A Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares encoraja a rede e representa os Bancos Alimentares a nível nacional e internacional.

A atividade dos Bancos Alimentares Contra a Fome prolonga-se ao longo de todo o ano. Para além das campanhas de recolha em supermercados, organizadas duas vezes por ano, os Bancos Alimentares Contra a Fome recebem, diariamente, excedentes alimentares doados pela indústria agro-alimentar, pelos agricultores, pelas cadeias de distribuição e pelos operadores dos mercados abastecedores. São assim recuperados produtos alimentares que, de outro modo, teriam como destino provável a destruição. Estes excedentes são recolhidos localmente e a nível nacional no estrito respeito pelas normas de higiene e de segurança alimentar. Deste modo, para além de combaterem de forma eficaz as carências alimentares, os Bancos Alimentares Contra a Fome luta contra uma lógica de desperdício e de consumismo, apanágio das sociedades atuais.  Só no ano passado foram distribuídas 25.759 toneladas de alimentos (com um valor estimado de 39,4 milhões de euros) num movimento de 103 toneladas por dia útil.

A nível europeu, existem 352 Bancos Alimentares operacionais em 30 países, que, em 2023, distribuíram mais de 839.942 toneladas de alimentos, em parceria com mais de 44.000 organizações sociais, beneficiando mais de 12,8 milhões de pessoas (fonte: www.eurofoodbank.org).

Para mais informações sobre a campanha, contactar:
Banco Alimentar Contra a Fome: 91 900 02 63 / 21 364 96 55 - www.bancoalimentar.pt