Na campanha de recolha de alimentos
Bancos Alimentares Contra a Fome angariam 1.755 toneladas de alimentos
Lisboa, 27 de maio - Os Bancos Alimentares Contra a Fome recolheram no passado fim-de-semana um total de 1.755 toneladas de géneros alimentares na campanha realizada em mais de 2.000 superfícies comerciais de todo o País, a que acrescerão ainda as doações online e através de vales disponíveis nas lojas, ainda não contabilizadas nessa quantidade.
Os resultados desta recolha, subordinada ao mote “A sua ajuda pode ser o que ainda faz falta à mesa de uma família”, representam um acréscimo em relação ao valor da Campanha homóloga do ano passado, num fim-de-semana marcado pela coincidência com diversas atividades, como a final da taça de futebol, concertos, queima das fitas, confirmando assim quer a solidariedade dos portugueses, quer a confiança renovada nos Bancos Alimentares contra a Fome.
“É com enorme gratidão e alegria que registamos, uma vez mais, a adesão dos portugueses à Campanha de recolha de alimentos do Banco Alimentar que decorreu no fim-de-semana: muitos foram os voluntários a dar o seu tempo, os doadores a contribuir, as empresas e entidades que apoiaram com serviços, bens, transportes, seguros, publicidade, cedência de profissionais qualificados e de equipamentos, etc. Em tempos de grande ansiedade e alguma incerteza como os que vivemos, enche-nos o coração verificar que se mantêm firmes e inalterados nos portugueses valores tão essenciais como os da solidariedade, da participação cívica ativa, com uma atenção grande a um problema coletivo que não nos pode deixar indiferentes: as carências alimentares que afetam tantas famílias ”, afirmou Isabel Jonet, Presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares contra a Fome, que sublinhou ainda o total alinhamento desta ação mobilizadora da sociedade civil com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
Até 2 de junho: campanha “Ajuda Vale” e site de doações online
Todas as pessoas que não tiveram oportunidade de doar alimentos no fim de semana, podem ainda, ao longo da próxima semana, até 2 de junho, contribuir online, no site http://www.alimentestaideia.pt, a plataforma de recolha de alimentos na internet.
Prossegue também até à mesma data a Campanha “Ajuda Vale”, nas lojas Pingo Doce, Dia/Minipreço, El Corte Ingles, Auchan e Lidl, com cupões-vale de produtos selecionados (azeite, óleo, leite, salsichas, atum e esparguete).
Voluntariado em ação
Cerca de 40 mil voluntários disponibilizaram algum do seu tempo durante o fim-de-semana para participar na campanha de recolha. Tarefas como a presença nos estabelecimentos comerciais, o transporte, pesagem e separação dos produtos, foram integralmente asseguradas por voluntários, confirmando, assim, a adesão entusiástica ao projeto do Banco Alimentar Contra a Fome. Os géneros alimentares recolhidos serão distribuídos a partir da próxima semana a mais de 2.400 Instituições de Solidariedade Social, que os entregam a cerca de 360 mil pessoas com carências alimentares comprovadas, sob a forma de cabazes ou de refeições confecionadas.
Alguns dados relativos à atividade
Existem atualmente 21 Bancos Alimentares Contra a Fome (Algarve, Aveiro, Beja, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Cova da Beira, Évora, Leiria-Fátima, Lisboa, Oeste, Portalegre, Porto, Santarém, Setúbal, S. Miguel, Viana do Castelo, Viseu, Terceira, Madeira), cuja atividade se prolonga ao longo de todo o ano. Para além das campanhas de recolha em supermercados, organizadas duas vezes por ano, os Bancos Alimentares recebem, diariamente, excedentes alimentares doados pela indústria agro-alimentar, pelos agricultores, pelas cadeias de distribuição e pelos operadores dos mercados abastecedores.
São recuperados produtos alimentares que, de outro modo, teriam como destino provável a destruição. Estes excedentes são recolhidos localmente e a nível nacional no estrito respeito pelas normas de higiene e de segurança alimentar. Deste modo, para além de combaterem de forma eficaz as carências alimentares, os Bancos Alimentares Contra a Fome lutam contra uma lógica de desperdício e de consumismo, apanágio das sociedades atuais.
Em 2023 os vinte e um Bancos Alimentares Contra a Fome operacionais distribuíram um total de 25.758 toneladas (com um valor global estimado superior a 39,4 milhões de euros), ou seja, um movimento médio de 103 toneladas por dia útil.
Recolha nacional, ajuda local
Os Bancos Alimentares Contra a Fome distribuem, ao longo de todo o ano, os géneros alimentares recolhidos nestas Campanhas e ainda excedentes da indústria, da agricultura, dos mercados, etc., em parceria com Instituições de Solidariedade Social acompanhadas na sua atividade. Estas asseguram um acompanhamento muito próximo e individualizado de cada pessoa ou família necessitada, de forma a ser possível efetuar, em simultâneo, um verdadeiro trabalho de inclusão social. A alimentação é entregue sob a forma de cabazes de alimentos ou de refeições confecionadas servidas em lares, creches, centros de dia, apoio domiciliários, a pessoas sem abrigo, etc.
A atividade dos Bancos Alimentares norteia-se pelo princípio genérico da “recolha local, ajuda local”, aproximando os doadores dos beneficiários e permitindo uma proximidade entre quem dá e quem recebe. Possibilita o encontro entre voluntários e instituições beneficiárias, por um lado, e entre fornecedores da indústria agro-alimentar, empresas de serviços, poderes públicos e o público em geral, em especial durante os fins-de-semana das campanhas de recolha, em que todos trabalham lado a lado por uma causa comum: a luta contra as carências alimentares e a fome.
Em 1991, foi aberto em Portugal o primeiro Banco Alimentar Contra a Fome e estão atualmente em atividade no território nacional 21 Bancos Alimentares, congregados na Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares, com o objetivo comum de ajudar as pessoas carenciadas, pela doação e partilha.
Para mais informações sobre a campanha, contactar:
Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome: www.bancoalimentar.pt - 91 900 02 63