Na campanha de recolha deste fim-de-semana
Bancos Alimentares angariaram mais de 2.086 toneladas de alimentos
Envolvidas mais de 40 mil pessoas em todo o país
Esforço e trabalho dos voluntários foi determinante, tendo estado envolvidas mais de 40 mil pessoas em todo o país.
Lisboa, 28 de novembro - Os Bancos Alimentares Contra a Fome recolheram este fim-de-semana mais de 2.086 toneladas de géneros alimentares, na campanha realizada em 2.000 superfícies comerciais de 21 regiões do país, um acréscimo de cerca de 24% em relação à campanha homóloga no ano passado. Prosseguem ainda ao longo da próxima semana, até 4 de dezembro, a campanha “Ajuda Vale” nos supermercados e a campanha online em www.alimentestaideia.pt.
40 mil voluntários dos 21 Bancos Alimentares (Abrantes, Algarve, Aveiro, Beja, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Cova da Beira, Évora, Leiria-Fátima, Lisboa, Madeira Oeste, Portalegre, Porto, Santarém, Setúbal, S. Miguel, Terceira, Viana do Castelo e Viseu) convidaram durante o fim-de-semana os portugueses a partilhar os bens alimentares que compram para as suas casas.
Estes aceitaram uma vez mais o repto que lhes foi feito e deixaram uma forte mensagem de esperança contra o desalento, partilhando uma grande quantidade de alimentos com pessoas carenciadas das suas regiões, dando assim uma resposta à altura das crescentes dificuldades e necessidades acrescidas de apoio com que se confrontam muitas famílias portuguesas, cujos rendimentos se vêem cada vez mais pressionados devido ao aumento generalizado dos preços e das taxas de juro.
"O sucesso desta campanha só foi possível devido a uma congregação de boas vontades, quer dos voluntários que deram o seu tempo, quer dos milhares de doadores que doaram alimentos, quer ainda de muitas empresas que apoiaram, e assim, em conjunto, todos contribuíram de forma fraterna e solidária para a construção de uma sociedade mais justa e coesa”, referiu a Presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares contra a Fome, Isabel Jonet.
Os géneros alimentares recolhidos serão distribuídos a partir da próxima semana a 2.600 Instituições de Solidariedade Social, que os entregam a cerca de 400 mil pessoas com carências alimentares comprovadas, sob a forma de cabazes ou de refeições confecionadas.
Isabel Jonet destacou ainda que foi "muito importante e gratificante para todos os voluntários e para o Banco Alimentar poder contar novamente com o apoio do Senhor Presidente da República, que assim contribuiu para dar um relevo e uma visibilidade acrescidos a esta ‘rede social’ bem real e nada virtual."
Campanha continua em www.alimentestaideia.pt e com “Ajuda Vale”
Até 4 de Dezembro, será ainda possível contribuir para a campanha através da “Ajuda Vale”, vales que estarão disponíveis nas caixas dos supermercados, cada um dos quais inclui um código de barras especifico para os produtos selecionados pelo Banco Alimentar, como os mais necessários (leite, azeite, arroz, atum e salsichas).
O Banco Alimentar disponibiliza ainda um canal de doações online no site www.alimentestaideia.pt, dando assim a oportunidade de partilhar a todos os que não tiveram oportunidade de se deslocar aos pontos de recolha durante o fim de semana, aos que se encontram ou residem fora de Portugal.
Dois milhões de portugueses em risco de pobreza
Segundo dados divulgados recentemente pelo INE, mais de 2,2 milhões de pessoas estão em risco de pobreza em Portugal ou exclusão social (21,6% da população). Se fossem considerados apenas os rendimentos do trabalho, de capital e transferências privadas, 43,4% da população em Portugal estaria em risco.
A rede de instituições de solidariedade desempenha, portanto, um papel ímpar e insubstituível na ajuda aos mais necessitados e o apoio alimentar é determinante nesta ajuda.
Estas campanhas dos Bancos Alimentares alertam ainda a sociedade, como um todo, para uma realidade que não pode deixar ninguém indiferente, sendo “muito importante não nos esquecermos que, no dia a dia, ainda há pessoas que precisam de ajuda para comer, principalmente numa altura como o Natal, onde ter a família reunida à volta de uma mesa é um desejo que podemos, cada um de nós, ajudar a concretizar”, refere o Banco Alimentar.
Alguns dados relativos à atividade
A atividade dos Bancos Alimentares Contra a Fome prolonga-se ao longo de todo o ano. Para além das campanhas de recolha em supermercados, organizadas duas vezes por ano, os Bancos Alimentares Contra a Fome recebem, diariamente, excedentes alimentares doados pela indústria agro-alimentar, pelos agricultores, pelas cadeias de distribuição e pelos operadores dos mercados abastecedores. São assim recuperados produtos alimentares que, de outro modo, teriam como destino provável a destruição. Estes excedentes são recolhidos localmente e a nível nacional no estrito respeito pelas normas de higiene e de segurança alimentar. Deste modo, para além de combaterem de forma eficaz as carências alimentares, os Bancos Alimentares Contra a Fome lutam contra uma lógica de desperdício e de consumismo, apanágio das sociedades atuais.
Recolha nacional, ajuda local
Os 21 Bancos Alimentares Contra a Fome distribuem, ao longo de todo o ano, alimentos através de Instituições de Solidariedade Social por si selecionadas e acompanhadas em permanência por voluntários. Estas asseguram um acompanhamento muito próximo e individualizado de cada pessoa ou família necessitada, de forma a ser possível efetuar, em simultâneo, um real trabalho de inclusão social, que conduza a autonomias.
De acordo com os dados da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, no ano passado, os 21 Bancos Alimentares em atividade em Portugal distribuíram 34.551 toneladas de alimentos (com o valor estimado de 48 milhões de euros), num movimento médio de 105 toneladas por dia útil. Prestando assistência a 2.600 instituições, os alimentos foram entregues a perto de 400 mil pessoas com carências alimentares comprovadas, sob a forma de cabazes ou de refeições confecionadas.
A atividade dos Bancos Alimentares norteia-se pelo princípio genérico da “recolha local, ajuda local”, aproximando os dadores dos beneficiários, permitindo uma proximidade entre quem dá e quem recebe. Possibilita o encontro entre voluntários e instituições beneficiárias, por um lado, e entre fornecedores da indústria agro-alimentar, empresas de serviços, poderes públicos e o público em geral, em especial durante os fins-de-semana das campanhas de recolha, em que todos trabalham lado a lado por uma causa comum: a luta contra as carências alimentares e a fome.
Alguns dados
O Banco Alimentar Contra a Fome foi criado em Portugal em 1991 com a missão de lutar contra o desperdício e distribuir apoio alimentar a quem mais precisa, em parceria com instituições de solidariedade e com base no trabalho voluntário. Existem atualmente 21 Bancos Alimentares (nas zonas de Abrantes, Algarve, Aveiro, Beja, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Cova da Beira, Évora, Leiria-Fátima, Lisboa, Madeira, Zona Oeste, Portalegre, Porto, S. Miguel, Santarém, Setúbal, Terceira, Viana do Castelo, Viseu). A Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares encoraja a rede e representa os Bancos Alimentares a nível nacional e internacional.
A nível europeu, existem 341 Bancos Alimentares operacionais em 30 países, que, em 2020, distribuíram mais de 860.000 toneladas de alimentos, em parceria com 48.120 organizações sociais, beneficiando mais de 12,8 milhões de pessoas (fonte: www.eurofoodbank.org).
Para mais informações sobre a campanha, contactar:
Banco Alimentar Contra a Fome: www.bancoalimentar.pt - 91 900 02 63 / 21 364 96 55