Banco Alimentar Contra A Fome Inicia Actividade Em Viseu E Viana Do Castelo
O Banco Alimentar Contra a Fome vai iniciar actividade em Viseu e em Viana do Castelo. A cerimónia de assinatura dos contratos de utilização da marca com a Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares contra a Fome é celebrada no dia 16 de Setembro, pelas 18h, na Associação Empresarial da Região de Viseu, Edifício Expobeiras – Parque Industrial de Coimbrões, em Viseu.
Existem actualmente quinze Bancos Alimentares Contra a Fome em actividade nas regiões de Lisboa, Porto, Coimbra, Évora e Beja, Aveiro, Abrantes, São Miguel, Setúbal, Cova da Beira, Leiria-Fátima, Oeste, Algarve, Portalegre, Braga e Santarém. De acordo com os dados da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares contra a Fome, ao longo de 2008 foram apoiadas com produtos mais de 1.600 instituições, que concederam ajuda alimentar a mais de 250 mil pessoas comprovadamente carenciadas, distribuíram no ano passado um total de 17.500 toneladas de alimentos (equivalentes a um valor global estimado superior a 26,2 milhões de euros), ou seja, um movimento médio de 69,6 toneladas por dia útil.
Nos primeiros meses de 2009 tem-se verificado uma crescente procura de apoio e do número de pedidos de assistência a pessoas carenciadas, em linha com o agravamento da situação económica e com o crescimento súbito e muito significativo do desemprego, que tem vindo a afectar de forma um tanto ou quanto indiscriminada um cada vez maior número de famílias portuguesas.
Sobre o Banco Alimentar de Viseu
O contrato de utilização de marca Banco Alimentar será celebrado com a Associação para a Ajuda Solidária de Viseu, constituída especificamente para o efeito por um grupo de voluntários empenhados liderados por Catarina Sobral, que, desde há dois anos, tem vindo a ser acompanhado e formado pela Federação Portuguesa na cultura e modo de funcionamento “BA”. O Banco Alimentar de Viseu pretende vir gradualmente a prestar apoio aos 24 concelhos do distrito, apoiando com alimentos instituições de solidariedade social, conferências vicentinas e outras associações locais sem fins lucrativos que, por sua vez, os entregarão às pessoas mais necessitadas sob a forma de refeições ou da entrega de cabazes alimentares.
Os dados relativos ao número de desempregados no distrito de Viseu apontam para um acréscimo em todos os 24 concelhos, resultante sobretudo do encerramento de empresas e fábricas e ainda com o regressar de muitos emigrantes que deixaram de ter trabalho sobretudo em Espanha, em consequência da crise internacional.
As obras no armazém, cedido pela Associação Empresarial da Região de Viseu, estão já em fase de conclusão, sendo todos os materiais e mão-de-obra doados por empresas locais que se quiseram associar. Também a Escola Superior de Tecnologia apoiará o futuro Banco com o desenvolvimento de programas informáticos adaptados às necessidades.
A título de curiosidade refere-se a oferta de uma panificação de Viseu que decidiu confeccionar especialmente para a ocasião uma broa miniatura símbolo da partilha do pão, imagem de marca do Banco Alimentar.
Sobre o Banco Alimentar de Viana do Castelo
A apresentação pública do Banco Alimentar em Viana do Castelo ocorreu já em 16 de Julho, na sede da Associação para a Partilha Alimentar de Viana do Castelo, associação especificamente constituída para o efeito, liderada por Manoel Batista. O Banco Alimentar de Viana do Castelo começou já a mobilizar pessoas e empresas da região que, a título voluntário, se querem associar a esta causa por forma a prestar apoio alimentar a instituições localizadas nos 10 municípios do distrito (Arcos de Valdevez, Caminha, Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo, Vila Nova de Cerveira).
O arranque do Banco Alimentar de Viana do Castelo é apoiado pela Comunidade Intermunicipal do Minho-Lima, que suporta a renda das instalações (escritório e armazém), na freguesia da Meadela, em Viana do Castelo e cedeu uma viatura comercial para apoio à actividade.
Sobre o Banco Alimentar
O Banco Alimentar Contra a Fome tem como missão “aproveitar onde sobra para distribuir onde falta”, lutando contra o desperdício, conjugando boas vontades e mobilizando pessoas, empresas e entidades diversas. Apela à solidariedade de todos os portugueses mostrando que basta uma pequena contribuição de cada pessoa para, em conjunto, ser possível ajudar muitas pessoas necessitadas e contribuir para o bem comum.
A crise que se vive em Portugal, agravada pela crise mundial do último ano, torna ainda mais necessária a acção dos Bancos Alimentares para minorar as carências alimentares que atingem muitas famílias.
Os produtos alimentares constituem um bem de consumo particular, na medida em que deles depende a sobrevivência. A actual situação tem consequências dramáticas e atinge sobretudo as pessoas mais pobres, nomeadamente os idosos, as pessoas que ficaram desempregadas ou possuem empregos precários e as famílias numerosas.
Os Bancos Alimentares Contra a Fome distribuem os géneros alimentares recorrendo a Instituições de Solidariedade Social por si certificadas como estando em condições de avaliarem in loco a real situação de carência alimentar das pessoas objecto da sua assistência e de lhes darem o destino adequado. Deste modo, para além de combaterem de forma eficaz as carências alimentares, os Bancos Alimentares Contra a Fome lutam contra a prática do desperdício que caracteriza as sociedades actuais.